Crise. Esta pode ser a palavra chave para a organização da estética do espetáculo Escola de Trapaça. A partir dela, os recursos mínimos passam a conformar o espetáculo na pesquisa de uma linguagem extremamente econômica.

A velha rotunda preta emoldurada por bastidores da mesma cor serve de metáfora ao que se quer representar. A caixa preta vai ser um instrumento de revelação de como uma sociedade se desintegra sem que os seus componentes percebam a demolição.

Cadeiras monásticas e mesas cobertas com veludos assinalam espaços públicos e privados, conduzindo a narrativa sinalizada por mutações de luz.

Como na foto preto e branco, o cinza assume gradações onde o roxo, cor da paixão, mostra a mágoa de um tempo de desassossego. (...)

Trecho de A caixa preta, de José Luiz Ribeiro (pág. 3).