Há muito buscávamos um texto forte que nos permitisse um trabalho experimental. “Escorial” surgiu forte dentro de sua ambiência tétrica, e logo sentimos que seria um trabalho apaixonante. Partimos para a leitura de onde surgiu a necessidade de mostrar a força dramática e o horror de um rei amargurado e atormentado por espectros presos à sua própria mente; foi esta a nossa visão.
Optamos por um espetáculo de cunho alegórico que contivesse os ritos esquecidos na civilização moderna e a que tanto se prende Ghelderode em sua arte. “A alegria permite á artes tornar visualizável o abstrato”. - Fixando-nos neste ponto de partida, passamos a encher o palco com os espectros que assombram a obra genial deste artista belga.
Dividimos o texto em quadros e fomos pincelando cada aspecto. Nosso figurinista deu a orientação inicial e dentro do ambiente em que se configurava o espetáculo as ideias foram surgindo e amadurecendo. A dança foi coreografada e nossos espectros passaram a dançar, lutar e realizar uma verdadeira festa no palácio da morte. (...)
Trecho de
Autor: Michel de Ghelderode
Ano: 1971
Elenco: Francisco Xavier Amaral (Rei), Francisco Couto Teixeira (Monge), José Luiz (Folial), Léa Clifford Kegele, Nelma Sandra G. Fróes, Vera Nardelli de Castro, Sônia Neves Boechat, Ana Maria Curty, Vanda Teodoro, Elaine Vieira, Isabel Cristina Mauad, Terezinha Galhardo, Maria Cristina Guedes (Mulheres), Rogério Costa Dacorso, Ronaldo Agrícola, Iverson Bisaggio, Ivan José, Jairo Schimidt e Christopher James Wellner (Soldados)
Contra-regra: José Carlos
Som: Malu Rocha
Iluminação: Lucy Brandão
Figurino: Lucas Marques do Amaral e Equipe Divulgação
Tradução: Brutus Pedreira e Nelson Dantas
Direção, coreografia e máscaras: José Luiz Ribeiro