“A casa de Bernarda Alba”, de Federico García Lorca, é uma obra definitiva que, partindo da realidade espanhola, filtrada através da aguda percepção do poeta, se inscreve como um dos grandes textos dramáticos do século XX.
Esta tragédia de mulheres mostra, a cada passo, um jogo forte de emoções em que o racional, imposto pela cultura, subjuga o sentimento imposto pela natureza.
Bernarda é uma peça profética, a última da dramaturgia lorquiana; depois dela, o caminho do desespero heróico que chega à glória libertadora. depois de terminá-la Federico García Lorca é aprisionado e morto por fuzilamento. Um destino trágico para quem soube intercalar lirismo e sentimento trágico na dramaticidade de seus personagens.
A Espanha é o espaço geográfico e Bernarda o símbolo da dominação e do poder autoritário. Adela é a revolucionária que quebra as amarras e se adianta ao seu tempo. O confronto entre os dois caminhos gera uma ruptura que faz com que a Espanha, dominada, se afogue num mar de luto, com suas grades trancadas pelo regime franquista. (...)
Trecho de
Autor: Federico García Lorca
Ano: 1986
Elenco: Aleyse Gramigna (Criada), Alice Freesz (La Poncia), Fátima Amorim (Mendiga e Prudência), Heloísa Rodrigues (Filha da Mendiga), Gisela Barbosa (Bernarda), Marise Mendes, Márcia Falabella, Mônica Prado, Eliane de Almeida, Fátima Amorim e Heloísa Rodrigues (Mulheres), Anna Carla Duarte (Amélia), Valéria Veiga Penna (Madalena), Luzia Resende (Martírio), Uilde Melo (Adela), Regina Celi Melo (Angústias), Malu Ribeiro (Maria Josefa) e Ronaldo Borges, Rogério Corrêa, Wanderson Zambeli e Hélio da Silva (Coro Masculino)
Sonotécnica: José Márcio de Souza
Iluminotécnica Guy Schmidt
Figurino Malu Ribeiro
Cartaz: Rogério Corrêa
Administração: Virgínia Fonseca
Tradução, Cenário e Direção: José Luiz Ribeiro