O patinho torto ou os mistérios do sexo está enfeixada no sexto volume do teatro de Coelho Netto, na edição de 1924. Baseou-se numa notícia de jornal, publicada em Belo Horizonte. Um atestado médico, passado pelo Dr. David Rabello em 8 de Novembro de 1917, atesta que Emília Soares é homem.
Coelho Netto utiliza-se de uma citação de Boileau: “Le vrai peut quelque fois n’être pas vraisemblable”, que reportada para o nosso tempo poderia equivaler a “nem tudo que reluz é ouro” ou ainda “as aparências enganam”.
O autor vai encontrar as razões dramáticas do fato no temor de uma mãe viúva em educar um filho homem. O jogo de sexos que coloca o rapaz em trajos femininos até os 18 anos chegando ao ponto do compromisso, firmado com Bibi, para o casamento, e a súbita mudança de sexo “um pouco de éter e pronto”, provocam situações profundamente hilariantes.
O recurso da simbologia representada pela Fábula de Hans Cristian Ândersen coloca a situação crítica em que se encontra o protagonista Eufêmia, vivendo por tanto tempo asilado de seu verdadeiro sexo, e sem fazer com que ninguém acreditasse haver qualquer coisa de errado. (...)
Trecho de
Autor: Coelho Netto
Ano: 1972
Elenco: Josemir Eustáquio de Oliveira (Clemente), Malu Ribeiro (Custódia), José Eduardo Arcuri (Eufêmia), Elaine Vieira (Donária), Nelma Fróes (Iracema), Luiz André Defilippo (Bibi), Sérgio Arcuri (Dr. Patureba) e Léa Clifford (D. Augusta)
Sonotécnica: José Luiz Lignani
Iluminotécnica: Equipe Divulgação
Cenário e Figurino: Lucas Marques do Amaral
Direção: José Luiz Ribeiro