Há algum tempo o grupo divulgação tem pautado suas montagens num teatro que explode a atmosfera do autor. Assim, neste trabalho, vamos encontrar como ponto básico a proposição da religiosidade dentro do teatro.
Genet propõe a volta de um teatro que execute a comunhão entre o público e os atores dentro de uma cerimônia religiosa. Assim é que o teatro tomou a forma austera de uma casa de oração, O apartamento de madame é leito e altar. As criadas, Claire e Solange, se transubstanciam num processo mítico e místico em que projetam a figura de madame.
Ao procurar, dentro da obra de Genet, uma atmosfera, encontramos muita pomba que reveste esta pequena jóia de câmara, que é “As Criadas”, de uma suntuosidade trágica e épica.
É épico o grande monólogo de Solange, a projeção de Claire e o mundo imaginário que as criadas criam. Assim o espetáculo se transforma no Santo Ofício do Teatro. Os atores se despedem e se paramentam. (...)
Trecho de
Autor: Jean Genet
Ano: 1974
Elenco: Sérgio Arcuri (Claire), Luiz Augusto Egypto de Cerqueira (Solange), Léa Clifford (Madame), Gabriel Sales Pimenta, Renato Dias, Domingos Teixeira e José Mourão (Cerimonial)
Iluminotécnica: Eduardo Arbex
Sonotécnica: Berenice Pinheiro de Paula
Tradução: Francisco Pontes de Paula Lima
Cenário e Direção: José Luiz Ribeiro