“Como se fazia um deputado”, de França Júnior, estreiado em 1882, comemora o seu centenário este ano. Hoje, mesmo depois de transcorrido tanto tempo, está jóia da comédia brasileira continua a manter um extremo frescor e atualidade.
Dividida em três atos, a peça sofre a influência da estada do autor em Minas Gerais, caracterizando a força do meio rural, com o coronelismo marcando os destinos da eleição no interior.
Hoje, cem anos depois, o processo eleitoral, apesar dos desenvolvidos meios eletrônicos, apresenta, pelo menos a nível de campanha, um quadro semelhante, onde o voto comprado, a falsificação de identidade, a burla e a corrupção aparecem como elemento determinante e o poder do poder do partido da posição gera um esquema de perpetuação.
Em “Como se fazia um deputado”, originariamente, “Como se faz um deputado”; a imposição da Lei Saraiva, uma ancestral da autoritária Lei Falcão, determinou a mudança do tempo verbal, o que conserva, para a atualidade, mais um ponto de ligação dentro da História do Brasil. (...)
Trecho de
Autor: França Júnior
Ano: 1982
Elenco: José Luiz (Major Limoeiro), Robson Terra (Tenente-Coronel Chico Bento), Carlos Augusto Lauro (Henrique), José Renato Pippa (Domingos), Elaine Braga (Gringoriana e Escrava), Eder Kegele (Custódio Rodrigues e Escravo), Marcos Venício Cordeiro (Flávio Marinho e Escravo), Thadeu Evangelista (Pascoal Basilicata e Povo), Luiz Antônio Figueiredo (Pé-de-Ferro, Escravo e Povo),
Willer Borges (Arranca-Queixo, Escravo e Povo), Sw. Prem Subuddha (1º Votante, Escravo e Povo), Alice Freesz (2º Votante, Escrava e Povo), Iêda Alcântara (D. Perpêtua), Ana Lúcia Petrocello (Rosinha), Valéria Veiga Penna, Fátima Amorim, Beralda Pires e Regina Martins (Escravas e Povo)
Sonotécnica e Iluminotécnica: Levindo Ferreira
Figurino: Malu Ribeiro
Cenário e Direção: José Luiz Ribeiro