A clássica história de Andersen, do Imperador que é salvo da morte pelo canto de um rouxinol, passa por uma revisão na qual os protagonistas são, na verdade, os servos do palácio. “O rouxinol do Pescador”, escrito e musicado por José Luiz Ribeiro foi apresentado em 1991, no Forum da Cultura.

A relação do Pescador com o rouxinol que vivia na floresta acaba sendo descoberta, e o canto mavioso da ave desperta a curiosidade dos nobres que acabam por fazer uma expedição e trazem a notícia ao Imperador. O rouxinol acaba se mudando para a Corte, onde é constantemente admirado. Sua sorte muda quando o Imperador do Japão envia, como presente, o rouxinol mecânico. Desprezada, a ave retorna à floresta. Ao final, a morte penetra no Palácio e a música do rouxinol, vindo da floresta, a espanta. O rouxinol mecânico havia falhado.

O embate entre a natureza e a tecnologia é a grande lição que encontramos neste texto; para as crianças fica o exemplo de que nem sempre o brinquedo novo deve eliminar o afeto dos antigos.