Um reino politicamente ecológico e outro que por raiva torna-se um reino de porcaria. Esta é a linha mestra de “Porcaria em águas claras”, texto e música de José Luiz Ribeiro apresentado em temporada no Forum da Cultura, no ano de 2008.

O Reino das Águas Claras era famoso pelo rio límpido que permitia às lavadeiras lavar roupas que ficavam claras como um dia de sol. Os pescadores pescavam peixes azuis da cor do céu. A princesa Aurora estava em idade de se casar; o Reino da Porcaria queria casar seu príncipe com a princesa, mas não teve seu pedido aprovado. A negativa gera uma guerra, e o Reino da Porcaria inunda de sujeira as nascentes dos rios de Águas Claras. Mas o príncipe não concorda com a sujeira e junta os dois reinos para limpar o rio e, assim, conquistar o coração da princesa. Deste modo acaba a diferença e a discórdia e os dois governantes passam a se tratar como irmãos.

A busca de uma diplomacia ao invés da guerra e da concordância ao invés da discórdia assinala o ponto fundamental. Na montagem, garrafas pet inundavam o palco e a plateia sujando o rio e o teatro. O toque de Midas se dá quando a criançada ajuda os habitantes dos dois reinos levando os plásticos para os sacos de lixo.