Arthur Azevedo, no estudo da cultura brasileira é um grande injustiçado. É verdade que algumas de suas peças, principalmente A capital federal e, depois da adaptação para a TV, O mambembe podem ser lembrados por críticos e estudantes de teatro. Bem diferente de seu irmão Aluísio, que consta de antologias e demarca nossa literatura naturalista. No entanto, poucos são aqueles que o conhecem como "erguido à devida altura"; aliás, poucos pararam para pensar na importância do teatro para a identidade de um povo, embora o usem para tornar palatável alguns textos em prosa a serem digeridos nas escolas.

Bendito centenário que vem trazenso à tona alguma informação sobre a genialidade do dramaturgo. Mas, ainda assim, ensombrecido por seu desafeto intelectual, Machado de assis, que amava o chamado "teatro sério" e as poucas peças escritas não nos trazem avanço. (...)

Trecho de Um teatro para brasileiros, de Maria Lúcia Ribeiro (pág. 13).