Molière é demasiadamente grande e complexo. Imortal na medida em que passam os séculos, atemporal na grandeza de sua vultuosa obra. Configura-se como um dos mais importantes personagens da literatura mundial. Tal pensamento é validado se voltarmos nosso olhar para a história. Este é o caminho para contemplar a dimensão da importância que sua obra assume na contemporaneidade: uma herança significativa de um autor que representou seu tempo e sua sociedade, bem como os custumes e tradições dos indivíduos que o circundaram. Para entender a grandeza e complexidade do universo de Molière, faz-se necessário um recorte do panorama histórico-artístico do século XVII. Um século em que a luz do Rei Sol banhou os ideais da razão.

Entre 1610 e 1715, datas que marcam cronologicamente o início e o fim do século XVII, a vida na França mudou, as mentalidades se desenvolveram e grandes obras se fizeram conhecer no mundo europeu. (...)

Trecho de A onipresença de Molière, de Jefferson Oliveira (pág. 7).