A herança deixada por Molière a seus sucessores é tão evidente que pode ser materializada num monumento institucional –a Commédie Française, também conhecida como a Casa deMolière e criada, por decreto real, em 1680, sete anos após sua morte, reunindo as companhias existentes. Embora marcada pelo rótulo de conservadorismo por todos os movimentos vanguardistas, a Commédie representa também um sólido testemunho da estatura do dramaturgo e uma trincheira de resistência da perenidade da efêmera arte teatral nesses tempos de crise.
Esse paroxismo, entretanto, é bem adequado ao espírito do teatro de Molière, no que ele tem de profundamente ambíguo e conciliador. Talvez a principal contribuição do dramaturgo tenha sido a de provar que a comédia é um gênero feito a sério e que reúne em si o vôo fustigante do chicote condenando as diferentes formas de hipocrisia e a descontração do riso solto e despreocupado que povoa os gestos exagerados, as caretas ridículas, a desmedida dos procedimentos tolos e absurdos. (...)
Trecho de
Autor: Molière (Versão José Luiz Ribeiro)
Ano: 1991
Elenco: José Luiz (Monsieur Jourdain), Márcia Falabella (Mme. Jourdain e Cantora), Luciana Vaz de Mello (Lucille, Bailarina e Mamamouche), Renata Vargas (Nicole e Cantora), Flávio Mattos (Cleonte e Músico), Cristiano Saggioro (Covielle e Músico), Cursi Jr. (Covielle e Músico), Adriana Malvaccini (Dorimène e 20 Bailarina), Márcio Gomes (Mestre de Música), Nicolau Arbex (Mestre de Dança), André Santos (Mestre de Armas), Roulien Griffer (Mestre de Filosofia),
Marise Mendes (Mestre de Costura, Cantora e Mamamouche), Fátima Amorim (Criada), Sandra Nacif (Cantora e Mamamouche) e Patrícia Biage (Bailarina e Mamamouche)
Preparação Corporal: Patrícia Biage
Fotos: Augusto França
Administração: Virgínia Fonseca
Sonotécnica: Paula Schmidt
Iluminotécnica: Arlete Heringer
Figurino: Malu Ribeiro
Cenografia, Trilha Sonora e Direção: José Luiz Ribeiro